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“Quais iniciativas existentes voltadas para a juventude você conhece e acredita que poderiam ser aprimoradas ou modificadas para aumentar sua eficácia?”, “quais propostas de ações o Governo deveria desenvolver para atender às necessidades da juventude?”
As perguntas são feitas a adolescentes e jovens que têm uma hora para discutir entre si e passar para o papel as políticas públicas que querem ver se tornar realidade em Mato Grosso do Sul.
Com o tema “Seu futuro, sua voz! Participe das políticas públicas para a Juventude”, a Secretaria de Estado da Cidadania abriu a programação de oficinas do Festival da Juventude, na UFMS, nesta sexta-feira (26), em Campo Grande.
Com o subsecretário de Políticas Públicas para Juventude, Jessé Cruz, Rosamaria Padgett, Leonardo Carvalho e Samuel Oliveira, do Observatório de Cidadania de MS – UFMS, a oficina procurou estimular o conhecimento sobre os direitos da juventude e fortalecer a participação ativa de jovens na construção das políticas públicas para Mato Grosso do Sul.
Em um círculo ao redor de uma das salas do complexo Dercir Pedro de Oliveira, na UFMS, alunos da rede pública, Instituto Mirim, e jovens que já ingressaram na universidade se reúnem para analisar o que já existe de política pública para a juventude, o que pode ser melhorado e como as ações e programas devem atender às demandas dessa população. São cerca de 30 pessoas, de diferentes idades, que representam as mais variadas juventudes sul-mato-grossenses.
“Aqui a gente tem especificidades da juventude, tem pessoa com deficiência, indígenas, e isso é muito importante para que tenhamos o máximo de representatividade. Muitos dos jovens nem sabem o que é a sua subsecretaria, o que é o conselho, então quando eles começam a conhecer, passam a entender para onde eles podem ir, o que podem mobilizar no bairro, na rua. A oficina é um start para que o jovem não só produza cultura, crie cultura, articule e acesse outros tipos de cultura, mas que também produza a política pública dentro dessa expectativa”, explica o subsecretário Jessé Cruz.
Desde o início da formatação do festival, a Subsecretaria de Políticas Públicas para Juventude, pasta ligada à SEC (Secretaria de Estado da Cidadania) participou da construção da programação. Para Jessé, o evento é um marco crucial, justamente porque possibilita o diálogo entre as juventudes e a construção da política pública.
“A gente vive numa era individualizada em várias questões, então é muito importante problematizar com o jovem e trazer ele para o debate público, trazer ele para uma consulta pública como está acontecendo nessa oficina do festival, para que ele possa perceber que a fala dele, a ideia dele, a proposta dele não vai impactar somente a vida dele, vai impactar a vida do outro”, ressalta o subsecretário.
Passado o prazo de 1h para a articulação, foi a vez de cada um dos quatro grupos levantar as iniciativas já existentes, como melhorá-las e o que pode ser implementado a partir de agora.
Como jogador de basquete, João Pedro Machado pontuou a necessidade de levar os esportes aos bairros mais distantes. “Proporcionar para a juventude, levar as atividades esportivas até o local onde eles estão, e colocar os esportes nos bairros seria como? Através dos meios políticos, das autoridades”, contribuiu.
Vivian Franco trouxe a proposta de juntar a educação e governos municipais, estaduais e federais para implantar mais escolas técnicas. “E assim, o jovem ir fazendo cursos e passar para o primeiro emprego, dando assim um passo para a vida adulta”.
Do mesmo grupo de Vivian, o estudante Miguel Partzlaff foi um dos que reforçou a urgência em descentralizar dos serviços públicos para garantir o acesso a todos. “É muito importante construir um espaço seguro para o jovem se expressar, igual o que a gente está fazendo aqui, só que isso também precisa existir nos bairros de periferia, onde os serviços de qualidade não chegam”.
Dividida em quatro grupos, a juventude ainda pontuou as problemáticas da desigualdade racial e social, e a necessidade de formar profissionais para que atendam as diversidades sem preconceito.
Para o estudante de Relações Internacionais da UFGD, Nycolas Verly, poderiam ser criados programas de conscientização da realidade política-econômica e geográfica de MS. “Não tem como criar um futuro para a juventude se a juventude não entender nosso Estado, precisamos de uma formação da compreensão econômica e como a juventude pode se inserir para melhorar. Temos a rota bioceânica, um projeto que vai potencializar nosso Estado, mas onde a juventude pode se encaixar nela?”, questiona.
Jovem com deficiência, Caio Henrique Romero fez questão de ressaltar a inclusão como temática fundamental para as políticas públicas. “É preciso trabalhar o despertamento, o interesse da população e da juventude em em conhecer mais a causa e conhecer o universo da pessoa com deficiência. Como você vai me conhecer? A partir da nossa convivência, e aí reforço aquele lema ‘nada sobre nós se nós’”.
Pesquisadora do Observatório da Cidadania da UFMS, e ministrante da oficina, a professora Rosa Maria Padgett explicou aos participantes que a atividade, de fato, colocou a turma com a “mão na massa”.
“Está acontecendo uma consulta pública para auxiliar a Subsecretaria de Juventude na construção do plano de ação da pasta, e este exercício de reflexão de vocês, não termina aqui. Será colocado no formulário com contribuição de vocês para a sociedade sul-mato-grossense”.
Aos que não participaram da oficina, a consulta pública segue aberta às contribuições até o próximo dia 30 de abril. A participação social faz parte das etapas da elaboração do plano de ação, que tem como objetivo a promoção de políticas transversais, como na área da saúde, educação, emprego e renda, para garantia dos direitos desses jovens. Clique aqui para acessar o formulário.
Paula Maciulevicius, da Comunicação da Cidadania.
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