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Oito alunos da rede pública, alguns que estudaram desde o período pré-escolar na Escola Municipal João Evangelista Vieira de Almeida, no Jardim Palmira, em Campo Grande, conseguiram ingressar no Ensino Médio do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul).
Este ano, Caroline Lopes Alves e Silva, Rebeca da Silva Gottardo, Sofia Battiva Alencar, Antônio Pietro Guabiraba da Costa Firmes, Luis Henrique Krewer Estoduto, Maria Fernanda Oliveira Barbosa e Renan Oliveira José, fazem curso técnico integrado no Instituto.
A diretora da unidade, Mariluce Burgos Cavalheiro, diz que a quantidade de alunos do 9º ano aprovados no IFMS foi surpreendente. “Já tivemos outros estudantes que ingressaram no Instituto, no Colégio Militar, mas não nessa quantidade, em um mesmo ano. Os alunos começam a se preparar para o Ensino Médio desde o 6º ano do Ensino Fundamental, então, todo conteúdo que foi aplicado foi o que caiu na prova, conforme o relato deles próprios”.
Mariluce ressalta que todos os alunos aprovados sempre estudaram na João Evangelista. “Nenhum deles estudou numa escola particular. Todos eles vieram da escola pública. Acho que é isso que é importante divulgar. É o trabalho dos nossos professores sendo reconhecido. E para eles, no dia da jornada pedagógica, eu contei para todos eles, e aí todo mundo merece uma salva de palmas, para todo mundo, aplausos, porque foi o resultado do trabalho que começou na educação infantil, foi gradativo”.
A professora de Artes, Ana Valéria Santos, querida pelos alunos aprovados no Instituto, afirma que o diferencial é se importar com cada estudante. “A aula de Artes é mais descontraída, eu sempre chegava na sala, perguntava sobre o processo, os incentivava para fazer a inscrição, para estudar, ajudava com a motivação. Fizemos um trabalho sobre o qual era o objetivo deles de vida e o resultado foi esse, todos no IFMS”.
Luís ingressou no curso técnico de informática, o que sempre desejou. Ele não considerou a prova de admissão difícil, era apenas estudar, segundo relata. “Foi questão de estudar os conteúdos e aprimorar o básico. A diferença de um Ensino Médio comum ao IFMS é uma autonomia que a gente tem, por exemplo. Agora que tem os cursos técnicos integrados, você tem o seu horário lá. E dependendo do curso, você às vezes tem que sair da sua sala para ir para outro bloco, em outra sala, em outro andar. Então eles dão meio que essa liberdade para você, essa autonomia”.
Maria Fernanda, de 14 anos, ingressou em Mecânica no Instituto, achando ser uma coisa, porém, se surpreendeu. “Quando eu pensei em entrar em Mecânica, eu pensei que eu ia mexer na parte de carro, só que na verdade é o que todo mundo se engana, porque mecânica é a parte industrial, onde você mexe com o motor, com usina, você aprende a fazer ferro, prego, a gente aprende a fazer ferramentas, tipo chave de fenda”.
Caroline cursa Administração, mas o foco dela quando se formar no Ensino Médio, é ingressar em uma faculdade de Direito. “Eu não conhecia muito o IF, eu aprendi mais no 9º ano quando meus amigos falaram sobre e comecei a me interessar e quis fazer a prova. Eu estudei bastante, mas muito conteúdo da prova a gente estudou na escola e os professores me ajudaram muito no preparo, tive muito embasamento aqui da escola”.
Renan, de 15 anos, cursa Mecânica junto com Maria Fernanda. Ele se sente realizado pela conquista, pois acredita que terá muitas oportunidades. “Você pode sair do IFMS atuando em uma empresa, se você quiser, pode fazer o estágio, então são muitas coisas boas para o nosso aprendizado”.
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